Disseram-me recentemente que estava muito apático.
Apatia... Um sentimento inevitável, depois de tanto se importar com pessoas que
não poderiam ligar menos para você.
Eu poderia citar a sapatilha preta, com brilhantes, em
cabelos caracóis, que depois de dançar, me vira às costas em um tom de
desprezo. Poderia também enumerar os últimos dois anos em que importar demais
foi exatamente o meu problema, onde essa importância foi explorada, depois
arrancada à força, por duas meninas diferentes, destruindo toda a vontade de me
sentir alguém para alguém.
Não deixe que a pele macia e o sorriso singelo te
distraiam: toda carcaça possui uma alma. Esta alma, como todas as outras, possui
um lado obscuro.
E quando o lado obscuro é descoberto, você perde uma parte
clara da sua própria alma.
Isso acontece muito em filmes. Mas me impressiona ainda
mais a quantidade de vezes que já vi ao meu redor, principalmente comigo.
Fico pensando e cheguei a uma conclusão: Se tem medo de
descobrir o lado obscuro, não se envolva. Caso seja inevitável, esteja
preparado para descobrir coisas nas quais não vai gostar.
A vontade de não me envolver e seguir a linha fútil de
raciocínio de homens de 16 a 30 anos de idade, da de apenas utilizar pessoas
feito objeto, é quase nula. Mas ser como sou me faz sentir muitos sentimentos
contrários do esperado.
Talvez as pessoas sejam mesmo como objetos. Porém,
diferente de bonecos, estes possuem sentimentos, e a maioria deles envolve a de
brincar com os outros.
Não da forma divertida, é claro.